Oliver e o Silêncio das Estrelas

O capacete de vidro embaçou com a respiração de Oliver. Ele flutuava no vazio absoluto, preso à sua nave apenas por um cabo grosso e branco.

Lá fora, não havia som de vento, nem de pássaros, nem de carros. O silêncio do espaço era tão grande que Oliver conseguia ouvir as batidas do seu próprio coração: Tum… Tum… Tum…

Ele olhou para baixo. A Terra era uma bola azul e branca, brilhante e frágil, flutuando na escuridão sem fim.

Oliver sentiu uma pontada de saudade. Lá embaixo, naquele pontinho azul, estava sua casa, sua cama quentinha e o cheiro de bolo de milho da avó. Aqui em cima, as estrelas eram lindas, mas eram frias e distantes.

Ele esticou a mão enluvada, tentando tapar o Sol com o polegar.

— É tudo tão grande… — sussurrou ele no rádio.

Mas então, ele viu as luzes das cidades acenderem no lado escuro da Terra. Milhões de pontinhos dourados. Ele imaginou cada luzinha sendo uma família jantando, ou alguém lendo uma história.

Oliver sorriu dentro do capacete. Ele estava longe, sim, mas aquela visão fez ele valorizar cada abraço que tinha deixado para trás. Ele entendeu que a gente às vezes precisa ir muito longe para perceber que as coisas mais importantes estão bem perto, esperando a gente voltar.