Era uma vez, em uma vila tranquila cercada por colinas douradas e bosques sussurrantes, um menino curioso chamado Emanoel. Ele adorava observar o céu à noite, especialmente quando as estrelas brilhavam como pequenos faróis no escuro.

Mas o que ninguém sabia — exceto o corujão Sr. Tobias — é que Emanoel não era um menino comum. Ele havia sido escolhido pelas próprias estrelas para ser o Guardião das Constelações, um título muito especial dado apenas a crianças de coração puro.

Numa noite estrelada, enquanto Emanoel deitava em sua cama olhando pela janela, uma luz azulada atravessou o quarto. Era a Estrela Guia, que falava em sussurros mágicos:

“Emanoel da Costa, as estrelas precisam de você. Uma delas caiu da sua órbita e está perdida no Bosque do Silêncio.”

Sem hesitar, Emanoel calçou suas botinhas vermelhas, vestiu sua capa azul com estrelinhas e pegou sua lanterna encantada, presente do Sr. Tobias. Ele atravessou o jardim, passou pelo portão que só abre com um sorriso verdadeiro, e seguiu pela trilha iluminada por vaga-lumes curiosos.

Pelo caminho, encontrou amigos que o ajudaram:
– Um coelho falante chamado Nico, que conhecia atalhos secretos.
– Um esquilo inventor chamado Pipoca, que lhe deu um mapa dobrável do céu.
– E até uma flor que cantava para espantar o medo.

Ao chegar no centro do bosque, Emanoel viu a estrela caída. Ela era pequena, do tamanho de uma noz, mas brilhava como mil sóis. Estava assustada e tremia baixinho.

“Eu me perdi…”, disse a estrelinha com voz fininha.

Emanoel a pegou com cuidado e, com a lanterna encantada, mostrou o caminho de volta ao céu. Mas para subir até lá, ele precisaria da ajuda do Vento Leste.

“Segure-se firme!”, disse o Vento, levantando Emanoel com um redemoinho de folhas douradas.

Eles subiram tão alto que até a Lua sorriu. Com um toque de coragem e amor, Emanoel colocou a estrelinha de volta em seu lugar, bem ao lado da constelação do Coração Valente.

Todas as estrelas piscaram juntas em agradecimento. Como presente, elas escreveram no céu uma nova estrela com o nome dele: Emanoel da Costa.

Naquela noite, do seu quarto, Emanoel olhou para o céu e viu uma estrelinha que piscava diferente das outras. Era a sua. A que sempre estaria ali para lembrar que ele foi, e sempre será, um verdadeiro herói.