A Aranha Tecelã e a Rede de Luar

No canto do jardim, entre dois galhos de roseira, vivia a Aranha Tecelã. Ela não era assustadora; era uma artista.

Suas patas finas se moviam rápido, puxando o fio de seda de dentro de si mesma. O fio era transparente, elástico e colento.

A Tecelã tinha um sonho: ela queria capturar a coisa mais bonita que via todas as noites. A Lua.

— Hoje eu consigo — sussurrou ela.

Ela trabalhou a noite toda. Fez uma teia enorme, circular, perfeita. Cada fio estava esticado como uma corda de violão. Ela fez a teia bem no alto, na direção onde a Lua Cheia nascia.

Quando a Lua subiu no céu, a Tecelã esperou. A luz prateada bateu na teia.

— Peguei! — pensou ela, vendo o brilho preso nos fios.

Mas a Lua continuou subindo, inalcançável, longe demais para uma pequena aranha. A teia ficou vazia.

Cansada e triste, a Tecelã adormeceu no centro de sua criação fracassada.

A manhã chegou fria e úmida. O sol nasceu. Quando a Tecelã acordou, ela quase caiu de susto.

Sua teia não estava vazia. O orvalho da manhã tinha deixado milhares de gotinhas de água presas nos fios. E, dentro de cada gotinha minúscula, o sol brilhava.

A teia parecia feita de diamantes e pérolas. Era mais bonita do que a própria Lua. A Tecelã andou por sua obra-prima, vendo o mundo brilhar em mil cores através das gotas. Ela descobriu que não precisava prender a Lua para ter a luz; a beleza já estava ali, nas pequenas coisas que a natureza dava de presente ao amanhecer.