O Menino que Guardava Estrelas | Pequenas Aventuras

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A rede do quintal balançava devagar — pra lá, pra cá — embalada pelo vento fresco da noite. Tomás estava ali, enrolado em sua manta favorita, com os olhos fixos no céu escuro. Para ele, aquele não era apenas um teto preto, mas um lençol furadinho por onde a luz do universo escapava.

De repente, uma luzinha chamou sua atenção. Ela não estava parada. Ela piscava num ritmo só dela, bem devagar: pisca… pisca… pisca…

O coração de Tomás bateu mais forte. — Acho que você quer conversar comigo — sussurrou ele para o alto.

Ele fechou os olhos com força e desejou, do fundo do peito: “Queria cuidar de você, só por uma noite”.

Como se tivesse ouvido, um pontinho dourado escorregou pelo céu, deixando um rastro leve, e pousou suavemente na palma da mão de Tomás. Não queimava; era morna, macia e fazia cócegas na pele, como o toque de um vaga-lume gigante.

Tomás sorriu, encantado. — Vou te fazer um ninho — prometeu.

Ele correu para buscar a caixinha de música antiga do vovô, forrada de veludo macio. Com todo cuidado, acomodou a estrelinha lá dentro. Uma luz suave vazou pelas frestas da madeira, iluminando o quarto com um brilho de sonho, sem barulho, apenas paz.

Tomás dormiu abraçado à caixinha, sentindo o calorzinho dela contra o peito a noite toda.

Quando o sol da manhã entrou pela janela, trazendo o canto dos passarinhos, Tomás abriu a tampa depressa. A caixinha estava vazia.

Mas, ao correr para o quintal e olhar para o céu que ainda clareava, ele a viu. Lá no alto, a mesma estrelinha brilhava diferente das outras, piscando devagar: pisca… pisca… pisca…

Tomás entendeu o recado. Ela tinha voltado para casa, mas deixou um “obrigado” piscando lá em cima. Agora, ele sabe que, mesmo de longe, até as estrelas gostam de um pouquinho de carinho.


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Por que historinhas infantis são importantes?

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