Sophia e o Segredo das Folhas Dançarinas

O vento de outono era brincalhão. Ele bagunçava o cabelo cacheado de Sophia e empurrava as folhas secas pelo chão do parque.

Crec, crec, crec.

Sophia adorava o som de pisar nas folhas marrons e crocantes. Era como estourar plástico bolha com os pés.

Ela estava procurando a folha perfeita. Não podia ser quebrada, nem muito seca. Tinha que ser vermelha e dourada, como uma joia de árvore.

— Ali! — apontou ela.

Uma folha enorme, desenhada com pontas perfeitas, passou voando na frente do nariz dela. Sophia correu. Ela esticou os braços, tentando pegar a folha no ar.

A folha subiu. Sophia pulou. A folha desceu. Sophia agachou.

Parecia uma dança. A menina girava para a esquerda, a folha girava para a direita. O vento assobiava, fiuuuu, como se estivesse tocando a música para elas.

Sophia já estava ofegante, com as bochechas rosadas pelo frio. Ela parou de correr e ficou quieta, estátua. Estendeu a palma da mão aberta, esperando.

O vento acalmou. A folha vermelha veio planando, suave, balançando de um lado para o outro como uma pena, até pousar delicadamente na mão quente de Sophia.

O toque era leve e seco. Sophia sorriu, fechando os dedos com cuidado para não amassar seu tesouro. Ela descobriu que, às vezes, correr atrás das coisas só faz elas fugirem mais rápido; o segredo é ter paciência e esperar o momento certo para elas pousarem na nossa mão.