O Vale Encantado das Cores Perdidas

No Vale Encantado, o vento tinha cheiro de tutti-frutti e as folhas das árvores brilhavam como se fossem feitas de esmeralda. Lá vivia Lila, uma menina de olhos atentos e mãos sempre prontas para ajudar.

Sua professora era Olívia, uma coruja sábia de penas macias que adorava ensinar segredos antigos. Juntas, elas riam enquanto misturavam poções que soltavam bolhas coloridas no ar.

Mas, numa tarde fria, um silêncio estranho desceu sobre o vale. Uma sombra pesada roubou todas as cores. O verde vibrante virou cinza-poeira, e o azul alegre do rio ficou opaco e triste. O mundo parecia um desenho sem pintar, e os bichinhos andavam de cabeça baixa.

Lila sentiu o coração apertar, mas olhou para Olívia e soube o que fazer. “Precisamos dos cinco Cristais Encantados”, piou a coruja. Lila ajeitou sua capa, respirou fundo e partiu.

Sua primeira parada foi no Bosque dos Sussurros. Lá, encontrou um urso que parecia ter perdido o rebolado. Lila cantarolou uma canção doce, e o urso, sentindo a música no peito, sorriu. Puf! O Cristal Verde brilhou.

No Lago Espelhado, a água estava gelada e cinzenta. Uma sereia chorava de saudade do azul. Lila lhe deu um abraço bem apertado e quentinho. O riso da sereia fez surgir o Cristal Azul.

A aventura continuou! Lila escalou rochas para pegar o Cristal Vermelho com um dragão, correu entre girassóis falantes para achar o Amarelo e até esticou os dedinhos para tocar uma nuvem fofinha e resgatar o Cristal Violeta.

Quando juntou todos os cristais, uma explosão de luz mágica aconteceu. O cinza foi lavado por ondas de arco-íris! O calor do sol voltou a tocar a pele de todos, e as árvores voltaram a dançar.

Lila voltou para casa cansada, mas radiante. Ela percebeu que a verdadeira magia não estava só nos cristais, mas na coragem de devolver a alegria ao mundo.

E naquela noite, enquanto o Vale Encantado dormia colorido e feliz, Lila sonhou com novas aventuras, sabendo que, dentro dela, havia cores suficientes para pintar qualquer dia nublado.