O Cogumelo Curioso na Floresta Escura

O chão da floresta era escuro, úmido e cheirava a folhas molhadas. Era ali que o Pequeno Cogumelo morava.

Ele era baixo, gordinho e tinha um chapéu vermelho com pintinhas brancas. Ele amava a sombra. O sol ressecava sua pele sensível.

Mas o Pequeno Cogumelo ouvia os pássaros cantando lá no alto das árvores.

— O sol é dourado! O céu é azul! — cantavam os sabiás.

— O que é azul? — perguntava o Cogumelo para o musgo no chão. O musgo não sabia responder, ele só conhecia o verde e o marrom.

A curiosidade do Cogumelo foi crescendo. Ele começou a se esticar. Ele fez força nas raízes brancas e empurrou seu chapéu para cima.

— Não vá! — disseram os outros cogumelos. — Lá em cima é seco!

Mas ele continuou. Esticou o talo branco o máximo que pôde. Ele passou das samambaias. Passou dos arbustos.

De repente, ele sentiu um calor diferente. Não era o calor abafado da terra; era um calor que pinicava.

Um raio de sol furou a copa das árvores e bateu direto nele.

O Pequeno Cogumelo quase fechou os olhos. Era brilhante demais! Mas então, ele viu. Viu uma borboleta azul voando. Viu as folhas verdes lá no alto brilhando como esmeraldas.

Sua pele começou a secar e ficar rugosa. Doía um pouco. Mas ele soltou uma nuvem de poeira dourada (seus esporos) no ar iluminado pelo sol. A poeira dançou na luz, voando para lugares longes que ele nunca iria. Ele sabia que logo teria que voltar a se encolher, mas aquela visão do mundo dourado valeu todo o esforço de crescer.