Eduardo e o Cachorro Velho Demais para Brincar

A bola de tênis amarela quicou na grama e parou bem na frente do focinho do Rex.

Rex era um labrador dourado, mas seu focinho já estava branco como neve. Ele olhou para a bola, abanou o rabo devagar (tump, tump) e suspirou, deitando a cabeça nas patas dianteiras.

Eduardo correu até lá. — Vamos, Rex! Pega!

Rex olhou para o menino com olhos cansados e doces. Suas pernas doíam quando chovia, e hoje o tempo estava úmido. Ele não conseguia mais correr como um foguete.

Eduardo parou. Ele viu que o amigo não queria pular. O menino sentiu uma pontinha de tristeza, lembrando de como eles brincavam de pega-pega antigamente.

Mas então, Eduardo teve uma ideia. Ele não precisava correr.

Ele sentou na grama, bem pertinho do Rex. Pegou a escova de pentear. Com movimentos lentos e carinhosos, começou a escovar o pelo macio atrás da orelha do cachorro.

Rex fechou os olhos e soltou um gemido de prazer. A respiração dele ficou tranquila. Eduardo encostou a cabeça no corpo quentinho do amigo. Eles ficaram ali, parados, aproveitando o sol da tarde. Eduardo aprendeu que brincar é bom, mas cuidar de quem a gente ama é a melhor parte da amizade.